Anthi speaks about refugee camps, escapism, new forms of life, recognizing and creating new environments, reforesting, creating healthier environments, embracing and recognizing the other, who comes to us for help in times of unrest.
We talk about changing paradigms and ways of thinking, to not be part of the problems anymore, but try to be part of the solutions, and finding the ways and means to start going in other directions.
Anthi Papadimatou is a greek student of anthropology and is working on a refugee camp in greece. She is also a photographer, and her work can be seen here: @anthi.papadimatou
Moca fala acerca da música experimental após o concerto na “Matinoise” em Braga, organizado pela “Cantigas do Poço“.
Entrevista gravada na “Matinoise” das Cantigas do Poço no Rockstar pub, em Braga.
sobre o seu projecto, “IIOIIIE”:
“IIoIII3, ou, para os leigos, “nome” é um projeto com um número de membros sempre incógnito e sempre aberto, com o geresiano João Martins (Moca) no seu epicentro. Usa instrumentos convencionais e um set de pedais, objetos que estejam à mão, e/ou a simples energia da frustração para atingir níveis ultra-sónicos de ruído capazes de perfurar os nervos dos mais incautos. Sempre do vosso lado, disposto a esvaziar o preenchido e a preencher o vazio, ei-lo.” – Cantigas do Poço
Moca é um ilustrador, pintor e agente cultural. Mestre em Artes Plásticas pela FBAUP, co-fundou os colectivos Praga (Caldas da Rainha), Projéctil (Braga) e a promotora Cantigas do Poço (Braga).
Ação simbólica acompanhada de cânticos, palavras de ordem e ritmos de resistência.
Centenas de pessoas juntaram-se no Barroso para defender o território contra o projecto de mineração de Lítio a céu aberto, aparentemente patrocinado pelo Estado Português.
Há vários anos que esta luta contra a empresa Savanah Ressources decorre em terras do Barroso, e noutros lugares, desde a serra da Estrela, à serra da Arga, mas também em outros países do mundo como Chile e Ecuador, e Bolívia, onde recentemente ocorreu um golpe de estado que durou um ano, abertamente patrocinado por um dos homens mais ricos do mundo, que é dono de uma empresa de carros elétricos, a Tesla. Estas empresas de carros estão numa busca mundial por Lítio, o “ouro branco” que serve para fazer as baterias dos carros, telemóveis e outros aparelhos.
Numa tentativa de lucrar com a febre do lítio, o Estado Português disponibilizou, para estas empresas trans-nacionais, cerca de 20% do território para “prospeção” de lítio, e cerca de 10% para mineração. Estas montanhas e serras que contêm o tão procurado produto, situam-se muitas das vezes em zonas protegidas (parques naturais, rede natura, etc.) como é o caso da serra da Estrela, da Argemela ou da Arga, e como é o caso do Barroso, que foi classificado recentemente como Património Agrícola Mundial pela UNESCO. Estas proteções, oficialmente reconhecidas e afirmadas pelo Estado, não impedem totalmente que a mineração acontece, embora tenham sido defendidas sobretudo pelas populações locais, como forma de pressão contra o estado.
Ao longo do últimos anos ocorreram mudanças em Covas do Barroso, começando pela necessidade da população de se opor à mineração. Para isso formaram a ASSOCIAÇÃO UNIDOS EM DEFESA DE COVAS DO BARROSO. Elegeram a Presidente da Junta de Freguesia, Lúcia Dias Mó. Também elegeram Aida Fernandes como Presidente do Conselho Diretivo dos Baldios. Estas mulheres estão na frente da luta anti-mineração. É realmente uma prova de como as mulheres no poder são capazes de operar mudanças políticas significativas.
Os Baldios são uma peça importante do jogo: No Barroso há cerca de 2000 ha de Baldios. Grande parte das terras onde a empresa encontrou o lítio são terrenos Baldios. Isto significa que para poderem minerar nestes terrenos, a empresa necessitaria do apoio de toda a população, visto que Os verdadeiros e legítimos detentores dos baldios são os compartes. Os compartes são os residentes da região, ou seja, a população local. E das cerca de 100 pessoas que participam nas assembleias todas elas sem exceção são contra a Mina, tornando assim a vida extremamente difícil à empresa, no que toca ao acesso aos terrenos. Estes Baldios, liderados pela Aida Fernandes, são a fronteira que a empresa não consegue derrubar, e enquanto o “povo estiver unido”, realmente, “jamais será vencido”. Há claro, o perigo de uma mudança política. Se o povo estivesse de acordo, então seria fácil para a empresa obter as autorizações necessárias.
Os efeitos da mineração são incontáveis: Poluição generalizada, Ruído, Destruição da Terra e dos Ecossistemas, destruição das formas de vida existentes. Por isso o povo está cada vez mais unido, em defesa da vida, da terra, da biodiversidade, da água e das suas formas de vida. É necessário que as populações tenham poder de decisão sobre o que querem fazer com o território que habitam. Uma Mina no Barroso significaria a morte das aldeias envolventes, a destruição da Natureza, o empobrecimento geral de grande parte da população e uma derrota da democracia.
“A gente do Barroso está em luta pela defesa do território e do seu modo de vida frente à ameaça da mineração. Desde que nos apercebemos que a empresa Savannah Resources quer aqui fazer uma grande mina a céu aberto, temo-nos organizado e mobilizado para lhe fazer frente. Estamos cada vez mais alerta, comprometidos e conscientes que temos de parar este projeto de destruição.”
De 14 a 18 de Agosto centenas de pessoas juntaram-se em Covas do Barroso em defesa das serras contra a mineração. Este resgisto foi feito espontaneamente pela Materia Prima, ouvindo os sons da aldeia, seus habitantes e activistas que se mobilizaram nestes dias.
Não às Minas, Sim à Vida!
Captação de som e publicação: Miguel Cardoso (Matéria Prima)
Obrigada à Mariana, por ceder o equipamento de som.
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Rádio Paralelo Programa Zingarelho: Notícias, agenda, música e propaganda descarada sem deus nem mestres. [ Terça Feira, 21/09/2021, das 17:00 às 19:00]