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Brigada Insustentável 2023-02-27 16:39:08

Um mapa europeu sobre as pegadas da contaminação por substâncias perfluoroalquiladas — conhecidas como PFAS ou, mais informalmente, como “produtos químicos eternos” — foi divulgado, esta quinta-feira ...

"Poluentes conhecidos como 'produtos químicos eternos', que não se decompõem no ambiente, se acumulam no corpo e podem ser tóxicos, foram encontrados a níveis elevados em milhares de locais em todo o Reino Unido e na Europa",

Artigo sobre os PFAS no público:
publico.pt/2023/02/23/azul/not

Brigada Insustentável 2023-02-27 15:19:39

.... não se trata apenas de defender o ambiente, mas de pôr em causa um determinado tipo de crescimento que não acautela a qualidade de vida das populações nem um desenvolvimento sustentável, harmonioso e gerador de bem-estar nas regiões do interior, acrescentando que muita da chamada energia verde, não tem nada de verde e apenas pressupõe a manutenção de uma estratégia de desenvolvimento sempre crescente e que é insustentável.

colectivolibertarioevora.wordp

Organizações e grupos anarquistas de todo o mundo apelam à solidariedade para com as vítimas do terramoto

Organizações e grupos anarquistas de todo o mundo apelam à solidariedade para com as vítimas do terramoto

Nûçe Ciwan: Centro de Notícias

O balanço do terramoto no Curdistão está a ficar cada vez mais pesado. A campanha de solidariedade para as vítimas do terramoto lançada por Heyva Sor a Kurdistan na Europa está a espalhar-se de dia para dia. A campanha está também a espalhar-se entre grupos e organizações internacionalistas.

Um total de 17 organizações anarquistas de Itália, Alemanha, Nova Zelândia, Uruguai, Catalunha, Espanha, Suíça, Colômbia, Turquia, Brasil, Coreia do Sul, Rojava e França emitiram uma declaração conjunta chamando a atenção para o terramoto no Curdistão.

A declaração destacou que o governo AKP-MHP está a impedir os voluntários de prestar ajuda e chamou a atenção para a campanha de socorro Heyva Sor lançada, apelando ao apoio e participação.

OS NOSSOS CAMARADAS PARTICIPAM DIRECTAMENTE EM ACÇÕES DE AJUDA

A declaração dizia, entre outras coisas: "Os terramotos de 6 de Fevereiro e os seus tremores de terra devastaram regiões inteiras. O número de mortos está nas dezenas de milhares e continua a aumentar. Milhões de pessoas têm acesso limitado ou nenhum acesso a água, electricidade, gás, alimentos e outras necessidades básicas. Os nossos camaradas em organizações anarquistas, sindicatos de base e organizações populares trabalham em conjunto e estão directamente envolvidos nos esforços de socorro".

PARA O ESTADO E A SUA MÁFIA, SÓ OS LUCROS IMPORTAM

A declaração dizia ainda: "O regime AKP está a impedir as organizações progressistas de angariar fundos e a prestar a tão necessária ajuda e solidariedade. Para citar apenas um exemplo, no dia dos terramotos, o Sindicato dos Mineiros Independentes - numa demonstração de solidariedade conhecida apenas pelos trabalhadores e pelos oprimidos - anunciou imediatamente a sua vontade de enviar os seus membros para as áreas afectadas para ajudar nas operações de busca e salvamento . As 24 horas após os terramotos são as mais críticas para as operações de salvamento. Durante dois dias, foram impedidos de o fazer pelo Estado.

Uma mentalidade que prefere que os trabalhadores arrisquem as suas vidas na clandestinidade por lucros para a classe dominante em vez de salvar as vidas de dezenas de milhares de pessoas enterradas sob os escombros das suas casas. Pessoas têm sido enterradas debaixo de edifícios construídos por máfias imobiliárias que fazem o seu melhor para obter lucros, ignorando as normas de segurança e reduzindo os custos, com a cumplicidade da incapacidade do Estado em fazer cumprir os códigos de construção e as regras de segurança.

A ajuda humanitária é confiscada e redistribuída pelo AKP e pelas suas autoridades islamo-fascistas. Os fascistas e as autoridades estatais ameaçam "eliminar" as pessoas comuns que trabalham dia e noite para se alimentarem e proverem às pessoas deslocadas pelos terramotos.

CURAR AS FERIDAS COM SOLIDARIEDADE

É evidente que o Estado e os seus apoiantes estão mais interessados em manter o sistema capitalista do que em salvar as vidas de dezenas de milhares de pessoas. É portanto necessário expandir e desenvolver a solidariedade e a ajuda mútua a nível das bases. Nesta terrível tragédia que está longe de ter terminado, o sistema estatal e o capitalismo são responsáveis por muito mais mortes e muito mais sofrimento do que os terramotos provocados. Mas vamos curar as nossas feridas abertas com a solidariedade do povo trabalhador e dos oprimidos.

Para garantir a segurança dos nossos camaradas, não revelaremos os nomes das organizações às quais as doações se destinam. Estas são organizações anarquistas, sindicatos de base e organizações de base, com as quais já estamos a colaborar e nas quais temos plena confiança.

Os donativos são recolhidos pelos nossos camaradas na Suíça, que já possuem uma estrutura de solidariedade internacional. Para além dos nossos camaradas anarquistas e sindicalistas, parte das doações irá para o ramo suíço do Crescente Vermelho Curdo (Heyva Sor)".

Grupos e organizações que assinam a declaração:

Alternative Libertaria (AL/FdCA) - Itália
Movimento Solidariedade dos Trabalhadores de Aotearoa (AWSM) - Aotearoa/Nova Zelândia
Federación Anarquista Uruguaya (FAU) - Uruguai
Embat, Organització Llibertària de Catalunya - Catalunha, Espanha
Libertäre Aktion (LA) - Suíça
Organização Socialiste Libertaire ( OSL) - Suíça
Grupo Libertario Vía Libre - Colômbia
Karala - Turquia
Corodenação Anarquista Brasileira - Brasil
Plataforma Die - Alemanha
Anarquista Yondae - Coreia do Sul
Rusga Libertária - Brasil
Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ) - Brasil
Organização Anarquista Socialismo Libertário (OASL) - Brasil
Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA) - Brasil
Union Communiste Libertaire (UCL) - França
Tekoşîna Anarşîst (TA) - Rojava.

Tradução do artigo de Firaz Dağ em www.nuceciwan119.xyz/en/2023/0…

Carnaval 2023: Quero dançar com tu, não com a renda!

O Carnaval é a prova de que as ruas servem para serem ocupadas por corpos e por festa, não pelos interesses do capital. Numa cidade cada vez mais exclusiva e privatizada, é urgente que continuemos a lutar por uma cidade inclusiva e feita para quem a habita, não para quem a consegue pagar. Queremos casas onde possamos viver, inseridas em comunidades, com uma boa rede de transportes públicos e realmente inclusiva para todos os corpos.

No contexto da explosão dos preços das rendas e do crédito, do aumento drástico do custo de vida, da pobreza e da precariedade, as nossas vidas foram atiradas para uma crise permanente. Já não conseguimos pagar as nossas rendas ou suportar os nossos empréstimos bancários. Enquanto isto, seguem-se os despejos e as expulsões das nossas casas para longe das nossas comunidades, ao mesmo tempo que florescem os negócios em torno do turismo, do alojamento local e da especulação.

A desigualdade social no acesso à habitação e a degradação das condições de vida não são inevitáveis leis da natureza. São o resultado de políticas concretas de quem nos governa: políticas como os “vistos gold”, os “residentes não permanentes”, as medidas de atração dos nómadas digitais, as isenções fiscais ao investimento imobiliário e à construção e reabilitação urbana de luxo, o controlo privado e não democrático do planeamento urbano e a diminuição do poder dxs inquilinxs com a desregulação das rendas, a indiferença sobre os milhares de casas vazias existentes nas nossas cidades.

Por tudo isto nos manifestamos em Lisboa (CASA PARA VIVER, que vai partir da Alameda e da qual partilhamos aquí uma parte do manifesto feito entre multitude de coletivos) no dia 1 de abril de 2023. Integramo-nos em Housing Action Days 2023, uma semana de ações e manifestações por toda a Europa pelo direito à habitação, coordenadas por European Action Coalition for the right to housing and the city.

Saímos à rua por:

1- Direito à habitação;
2- Direito à cidade;
3- Fim da exploração e do aumento do custo de vida.


2º Torrão (AlmAda): demolições sem solução

Sebastião, vizinho do 2do Torrão (Almada) continua sem solução. Com graves problemas de saúde, trabalhou durante décadas na construção em Portugal e foi combatente do lado português na Guerra de Angola.

O processo de demolição e realojamento no 2° Torrão (Almada) já dura mais de 130 dias. Cerca de 65 construções foram efetivamente demolidas em seis dias. A maioria dos agregados foi encaminhada para soluções emergenciais precárias: quartos sobrelotados em hostels, com restrição do uso da casa de banho, sem equipamentos de cozinha e bens essenciais. Pelo menos 3 agregados ficaram efetivamente em situação de sem-abrigo. Outras foram realojadas fora do concelho de Almada e estão a enfrentar muitas dificuldades.

A Stop Despejos foi apoiar axs moradorxs nas demolições no día 13 de fevereiro junto axs companhirxs do Projecto 2t2825.

Parar o Gás: Ação contra a sede da GALP que anuncia lucros de 881 Milhões

Parar o Gás: Ação contra a sede da GALP que anuncia lucros de 881 Milhões

Parar o Gás:

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Esta manhã, apoiantes de Parar o Gás, protestaram contra o maior lucro de sempre da Galp, numa ação que levou resultou na denúncia do crime social que é “lucrar com o sofrimento da população portuguesa”. Os ativistas cobriram a fachada da sede da empresa de amarelo, como nova forma de protesto.

ESTÃO A LUCRAR ÀS NOSSAS CUSTAS E ESTÃO A DESTRUIR O PLANETA

Hoje fomos à sede da Galp, que anunciou os seus maiores lucros de sempre: 881 milhões de euros. Cada um desses euros é dinheiro tirado a nós, tirado às populações dos países onde a Galp extrai o seu gás e petróleo, tirado a investimento em renováveis.

É um assalto à mão armada ao futuro. É um crime inominável. Eles têm de ser parados.

O gás tem de ser parado. No dia 13 de maio vamos pará-lo em Sines. Junta-te a nós, tomaremos a nossa história nas nossas mãos.

💯 No momento em que os maiores lucros da história da GALP estavam a ser comunicados, apoiantes de Parar o Gás pintaram a sede da empresa para denunciar empobrecimento da população portuguesa enquanto os acionistas enriquecem. Esta empresa é uma das principais responsáveis pelo estado de emergência climática em que nos encontramos. Por isso, estes lucros não só estão a ser pagos com o aumento geral do custo de vida, como às custas da destruição do planeta.

🔥 O protesto coletivo de resistência civil no terminal de GNL da REN em Sines, a entrada principal de Gás Fóssil em Portugal, está marcado para dia 13 de Maio. “As mortes que tivermos este inverno por frio, derivadas da crise do aumento do custo de vida, estão nas mãos da GALP, REN e EDP. É preciso uma alternativa social, acessível e renovável”


https://pararogas.pt

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DEMOLIÇÕES NO 2⁰ TORRÃO – 13 Fevereiro

DEMOLIÇÕES NO 2⁰ TORRÃO - 13 Fevereiro

AMANHÃ SEGUNDA ÀS 9 AM DEMOLIÇÕES NO 2do TORRÃO (ALMADA) por se alguem podería vir a apoiar:

Na segunda-feira, 13 de fevereiro, às 9h da manhã, no bairro do 2° Torrão em Almada, está marcada a demolição de uma casa cuja a família está sendo realojada. Os moradores das casas no entorno, que não tem mais proteção jurídica, pois as medidas cautelares caíram, temem que suas casas possam vir a ser demolidas neste dia.

Há probabilidade da Câmara avançar com as demolições ou não. A nossa presença por lá neste dia e hora é uma maneira de marcarmos uma posição forte e organizada, por isto, quem puder é muito bem-vindo e somar forças é muito importante para os moradores que resistem. Não sabemos quando a Câmara irá avançar com todas as demolições. Quando este dia chegar, também conto convosco. Precisaremos mesmo unir grandes forças para caso essas famílias continuem sem solução, tenhamos forças para ajudar-lhes a permanecer nas suas casas.

***

Comunicado da Stop Despejos de Outubro 2022

STOP DESPEJOS: DEMOLIÇÕES E DESOCUPAÇÕES NO BAIRRO 2º TORRÃO

Publicado em Outubro 11, 2022

A intervenção atabalhoada e caótica da CMA está a deixar os moradores reféns de soluções inadequadas e precárias e exclusões injustificadas


Os moradores apelam à participação numa concentração no Jardim da Cova da Piedade na próxima Quinta-Feira, a partir das 15:00.

A Câmara Municipal de Almada (CMA), numa operação bárbara e brutal, demoliu, no espaço de menos de uma semana, mais de 80 casas, deixando muitas pessoas sem teto. Os números diferem conforme as fontes, não há um levantamento sério e atualizado das pessoas envolvidas, já houve inclusivamente enganos.
A justificação dada pela Sr.ª Presidente da CMA para esta brutalidade seria a necessidade
urgente de proteção dos moradores cujas habitações correriam risco por se situarem sobre uma vala de drenagem em risco de derrocada. E, diz ainda, toda a gente teria acesso a uma solução de habitação digna.


Ao contrário do que o município declara, os relatos de habitantes e associações locais
testemunham condições de realojamento altamente precárias e visivelmente insustentáveis a longo prazo. Muitas famílias foram obrigadas a aceitar soluções de realojamento fora do concelho, longe do trabalho, das escolas, das suas redes sociais de apoio. Algumas foram colocadas no parque de campismo de Monsanto e outras ainda em instituições onde têm horas de entrada e de saída, e os telemóveis são retirados à noite. Algumas famílias ainda foram excluídas do acesso a apoio, com base em acusações vagas de “terem chegado tarde” ou de “não apresentarem papéis suficientes”. Durante esta semana de demolições bárbaras, as associações locais conseguiram registar pelo menos 7 famílias que ficaram sem qualquer solução habitacional. Pessoas assim deslocadas e brutalmente retiradas da sua rotina, agora faltam ao trabalho ou à escola, acumulando problemas pelos quais serão depois penalizadas.


É a primeira vez que vemos usar o Porta de Entrada, desenhado para catástrofes naturais, em situações de desalojamento provocadas por uma câmara municipal. O que seria bom se não estivesse a servir para classificar de urgente, e portanto a legitimar soluções encontradas à pressa, indefensáveis quando houve tempo suficiente para que a câmara promovesse verdadeiras soluções de habitação adequada.


Uma catástrofe anunciada que poderia ter sido evitada com um planeamento atempado da CMA:


Os riscos associados à localização do bairro são, de facto, conhecidos publicamente há pelo
menos uma década e é desde 2019 que a CMA fala em realojar os moradores do Segundo
Torrão. Com base em dois relatórios, um produzido em 2019 pelo SMAS e o segundo em 2022 pelo SMPC, o município começou por anunciar a necessidade de realojamento em 2019, depois, em Junho de 2022, lançou “a emergência”, acionando um mecanismo de realojamento de urgência. Passaram três anos desde o primeiro anúncio do plano de realojamento, período durante o qual o município nunca demonstrou qualquer vontade de se aproximar do bairro e das pessoas com propósitos de conversa esclarecedora e construtiva sobre o assunto, tendo deixado sem resposta todas as tentativas feitas pelos moradores e associações solidárias no bairro no sentido de obter esclarecimentos e contribuir para uma solução. A esta lamentável atitude em relação às pessoas diretamente envolvidas acresce a falta de transparência em relação aos relatórios técnicos que a CMA invoca para justificar o realojamento emergencial: de momento, ninguém os conhece. Já solicitados por várias entidades, incluindo a Amnistia Internacional, os relatórios mantêm-se secretos. De facto, não se sabe o que poderá estar a impedir a publicação destes relatório, cujo conteúdo deveria há muito ter sido colocado à disposição dos interessados e ser do domínio público. O que é claro é que a situação de perigo causada pela vala danificada/obstruída, tendo piorado, só terá chegado a uma situação
alarmante por total negligência da CMA, uma vez que a situação é conhecida há muito, tal como são conhecidos os riscos associados à localização do bairro.


No presente, a CMA falta transparência sobre como se vai processar o realojamento nem
oferece garantias de realojamento estável.


Se a falta de diálogo, transparência e planeamento por parte do município têm caracterizado este processo durante muitos anos, a negligência da CMA parece de facto não ter fim à vista: até ao presente, não há informação clara sobre como se vai processar o realojamento nem garantias sobre o período em que irá incidir. Em 7 de Junho do corrente ano, a Sr.ª Presidente da Câmara convocou uma reunião extraordinária da Câmara Municipal, realizada à porta fechada, para informar os Vereadores sobre a necessidade de proceder à desocupação da parte superior da estrutura que cobre a vala existente no Bairro do 2º Torrão, na Trafaria (cerca de 90 casas). Nessa mesma data foram convocados os moradores para serem informados da possibilidade da demolição. Ao longo desta reunião, cuja convocatória não chegou a toda a gente, foi promovido o plano emergencial Porta de Entrada, assegurando que os técnicos sociais do município iriam proceder a um acompanhamento -caso a caso- e que os moradores afetados iam ser beneficiários
de uma comparticipação financeira destinada a suportar os encargos relativos ao arrendamento de uma habitação (apoio que segundo a Porta de Entrada varia entre os 18 e 30 meses). Foi também vislumbrada a possibilidade de realojamento permanente em 95 novos fogos que – assegura a Câmara – estão atualmente em construção. Em ambos os casos, os habitantes deixaram a reunião sem garantias escritas quanto às soluções dignas de alojamento temporário nem sobre o realojamento permanente que a câmara promete para a comunidade do 2º torrão para 2025. O prazo dado para desocupar as habitações foi o final de Agosto, depois alargado para o final de Setembro. O acompanhamento dos técnicos nas semanas seguintes mostrou-se largamente insuficiente e, face às dificuldades de encontrar casas na zona onde os moradores têm a vida, muitos moradores foram aconselhados a procurarem outro lugar por conta própria, como se fosse possível, neste momento, arrendar casa a preços comportáveis.


Debaixo da pressão monstruosa de ver as suas vidas ameaçadas e sem qualquer possibilidade de diálogo, as associações de solidariedade local optam pela interposição de várias providências cautelares as quais, pela ação de advogados pro bono conseguiram manter de pé algumas das casas, pelo menos até que um realojamento adequado seja apresentado. É o reconhecimento por via legal de que havia a obrigação de assegurar o realojamento às famílias a quem foi demolida a casa.


Enquanto o plano de realojamento está a revelar-se totalmente inadequado às necessidades dos agregados afetados, o cenário para quem continua a residir no bairro é de guerra: pedaços de parede, ferros enferrujados, coberturas amianto, os escombros não foram recolhidos pela CMA, demonstrando afinal pouca preocupação com a segurança das pessoas. Como se as vidas delas fosse de natureza diferente da de qualquer outro de nós – incluindo autarcas ou jornalistas. Finalmente, soubemos que houve pessoas afrodescendentes convidadas a regressar ao país de origem, a forma mais insidiosa de racismo institucional, também aqui presente.


Ficam ainda as questões/ muitas questões permanecem em aberto:

Por que razão, estes relatórios, com base nos quais se justifica a destruição de uma
comunidade e soluções habitacionais largamente inadequadas, não são do domínio público?
Porque é que a câmara, que está consciente dos problemas estruturais da zona há pelo menos uma década, não planeou com antecedência o realojamento da comunidade do Segundo Torrão, recorrendo a um mecanismo de realojamento de emergência depois de demolidas as casas?
A ativação do realojamento de emergência, como se de uma catástrofe natural e imprevisível se tratasse, parece representar um mecanismo através do qual a CMA pretende promover a expulsão violenta da comunidade de habitantes, livrando-se da responsabilidade pública pelo destino dessas famílias.
Que garantias têm as famílias que foram agora realojadas de que existirá uma solução definitiva de habitação para elas e não um apoio ao arrendamento que, ao terminar, as deixa com rendas incomportáveis?
Que enquadramento tem a solução de receber 150€ para ir dormir duas noites e qual a continuidade que se espera?
Que critérios estão a ser utilizados para excluir pessoas do direito ao realojamento?
Que podem os restantes moradores do 2º Torrão esperar da CMA? Relembramos o que diz a Lei de Bases da Habitação, Artigo 13º, n.4: “O Estado, as regiões autónomas e as autarquias locais não podem promover o despejo administrativo de indivíduos ou famílias vulneráveis sem garantir previamente soluções de realojamento, nos termos definidos na lei…”
Exigimos que:
Parem as demolições violentas e sem alternativa
Procedam à remoção dos escombros e à limpeza do bairro
Procedam ao apuramento sério da situação social das famílias e encontrem soluções dignas para as pessoas já desalojadas, tendo em conta, igualmente, a existência de crianças e a necessidade de acautelar a sua estabilidade.

Os moradores do 2º Torrão têm estas e outras questões para reflectir e apresentar à CMA, pelo que estarão em concentração no Jardim da Cova da Piedade na próxima
Quinta-Feira, a partir das 15:00. Juntemo-nos a eles!

https://venera.social/photos/ptrevolutiontv/image/277482384163e96061ed44d625287591

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stopdespejos.wordpress.com/202…