Queremos convidar-vos para um dia de convívio e luta na Zona Franca nos Anjos, este domingo, 28 de Maio, para a primeira sopa dos bebés Moisés e David, cozinhada em comunidade.
PROGRAMA:
13h — Primeira sopa dos bebés e almoço comunitário
14h30 — Conversa com ex-moradorxs do Talude e membros do colectivo Stop Despejos: O que é um Despejo? Reflexão sobre as demolições de Março, a situação actual das famílias despejadas e o futuro desta luta
16h30 — Oficina de Stencil com Erva Daninha, para crianças e adultos
17h30 — Leitura de textos e do Jornal de Parede*
Terminamos às 18h.
Evento Facebook aquí.
CONTEXTO:
A 6 de março deste ano, a Câmara de Loures demoliu as casas de sete famílias no bairro do Talude. Apesar da resistência conjunta dxs moradores, e das associações e pessoas solidárias presentes durante toda a manhã, a força policial desproporcional venceu e as únicas soluções habitacionais destas pessoas (nas quais se incluíam uma mulher grávida com problemas de coração, um idoso com dificuldades de marcha, crianças e bebés) foram destruídas. Seguindo o seu modelo fascista de despejos/demolições, o Estado, mais uma vez, destruiu casas sem que estivessem garantidas alternativas minimamente decentes para xs moradorxs.
Desde então, as pessoas desalojadas do bairro do Talude têm vivido em pensões longe dos locais de trabalho e umas das outras. Moisés e David, dois dos bebés desalojados, estão a viver com as mães numa pensão, sem que estas possam cozinhar a sua primeira sopa.
O despejo é mais do que um único momento violento, é um processo que se prolonga demasiado no tempo, em que quem nos mete na rua ou em pensões provisórias, não cria as condições para que consigamos voltar a habitar uma casa, num bairro onde conhecemos as pessoas e podemos contar umas com as outras. Na verdade estes despejos começaram muito antes, em abril de 2021, quando a CML iniciou uma jornada de demolições em vários bairros de Loures. Desde 2021 que xs moradorxs do Talude vivem a ameaça do despejo e da demolição.
As demolições no Talude e noutros bairros evidenciam quais as prioridades do Estado no que diz respeito à habitação: defesa da propriedade privada, especulação e lucro. Resta-nos resistir com ajuda mútua, solidariedade e autonomia.
